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CONTRIBUIÇÃO NO TEMA: ATENÇÃO A SAÚDE DA POPULAÇÃO DE RUA.

 

ATENÇÃO A SAÚDE DA POPULAÇÃO DE RUA PROPOSTAS:

Do ponto de vista teórico se pode afirmar que a população em situação de rua tem garantia de acesso tanto a políticas de assistência social como políticas de saúde, porém se faz necessário a flexibilização e redução de exigências excessivas que muitas vezes dificulta a integralidade da atenção no sistema de saúde, seja no acesso dessa população as Unidades Básica de Saúde (UBS), ou até mesmo aos serviços junto as          Equipes do Consultório de Rua (ECR).

É interessante também perceber que de acordo com os dados do E-SUS-AB, (2020), que reúne dados da atenção básica, mais de 500 mil pessoas em situação de rua (IPEA, 2020) , já possui o Cartão Nacional de Saúde (CNS), ou como conhecemos o (Cartão do SUS), documento imprescindível para atendimento desta população e muitas vezes se torna o único documento de fácil obtenção, além de garantir o acesso das pessoas em situação de rua com as equipes de Saúde. Garantir, portanto, a emissão do Cartão Nacional de Saúde de maneira simples e desburocratizada (quanto apresentação de outros documento e comprovantes de residência), às pessoas em situação de rua se torna fundamental  para a quantificação, acompanhamento via prontuário eletrônico dessa população e vinculação às equipes da atenção básica de maneira integral.

As Equipes do Consultório de Rua (ECR), que atende de maneira universal esta população é parte importante da estratégia de atendimento garantindo os princípios de universalidade, integralidade e equidade à saúde da população (BRASIL,1990). É fato a ampliação destas equipes em todo Brasil, no entanto se trata de uma politica que ainda  se encontra aquém do que deveria para atender a clientela a que se propõe, assim sendo portanto  é mandatório a expansão no número de equipes e a complementação da mesmas com equipes multiprofissionais que garantem o atendimento especializado e acesso a ações integrativas de saúde via núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Equipes de Saúde Bucal.

É fundamental que as equipes estejam preparadas para atuar no acolhimento das demandas de saúde dessa população. A sensibilização de profissionais via educação permanente deve ser uma ferramenta tendo por fim a formatação de fluxos próprios para atenção à saúde.

Saúde e Assistência Social devem atuar em conjunto visando qualificar uma a outra na atenção à população de rua, portanto é preciso utilizar boas práticas existentes no Brasil e no mundo, no sentido de integrar as ações e mais que isso, ampliar as ações, chegando a inclusão de outras políticas como educação, acesso à cultura, direito ao espaço público e a cidade de maneira humanizada. Pesando em saúde de maneira holística também para o cliente em situação de rua.

Como sabemos também a população de rua é vitima de constantemente violências das mais diversas, a redução de direitos mais fundamentais e da dignidade humana,  portanto, é essencial que essa população seja alcançada com ações que visem reduzir a violência a criminalidade e a guerra as drogas que vitima essa população mais do que a mesma já é penalizada. A ação educativa e preventiva acesso a emprego e renda e entre outras ações a partir das ações dos serviços de segurança pública, assistência, educação e saúde entre outros.

Também no E-SUS-AB sistema de informação da atenção básica do SUS, foi intensificada a relação à saúde a população refere-se a problemas relacionados a álcool drogas e saúde mental majoritariamente. No entanto é interessante notar que outros problemas de saúde como doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial diabetes), saúde reprodutiva, doenças negligenciadas a exemplo de tuberculose hanseníase e saúde da mulher são pouco percebidas pelas equipes de saúde, obviamente que fica visível o viés que apresenta a população de rua como  tendo apenas os problemas da dependência química e detrimento de outros problemas também prevalentes nesta população. A capacitação das equipes visando reduzir o preconceito existentes utilizando métodos de  associação implícita.

Em 2020 o IPEA apresenta um aumento estimado da população de rua em comparação ao último censo da população de rua que foi realizado em 2009 e como isso  um aumento significativo da população feminina em situação de rua, daí a necessidade de acesso à saúde da mulher para esta população incluindo médico ginecologista para compor as equipes de consultório de rua e acesso a exames e procedimentos além do encaminhamento para rede especializada.

Atenção pediátrica e hebiátrica a população de crianças, adolescente e jovem que tem vivido essa fase da vida de formação na rua.

Garantia de cuidado as PVHIV e outras IST´s com garantia de diagnostico e tratamento bem como acompanhamento psicossocial.

E por fim revisar as politicas integrais já propostas para populações especificas como Politica de Saúde Integral da População Negra, Saúde do Idoso, Saúde do Homem, das Pessoas com Deficiência e de Saúde da Mulher – visando incluir onde não existam, ações voltadas para a população de rua.

BIBLIOGRAFIA:

Brasil. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União 1990; 20 set..

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Pesquisa Nacional sobre População em Situação de Rua. Brasília: MDS; 2008.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. I Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua: síntese dos resultados. 2009.

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